domingo, 15 de novembro de 2015

Tour pelo samba carioca

Vai ao Rio de Janeiro? Conheça as casas de samba mais famosas da cidade e curta o melhor do gingado carioca.

Quem não é ruim da cabeça nem doente do pé não vai deixar passar uma visita ao Rio de Janeiro sem ir ao samba – mas tem que ser samba bom, daqueles que rolam pela cidade mesmo nos dias de semana, que juntam gente de todos os bairros nas praças, agremiações e clubes. 
Samba bom é o samba do chope gelado, da caipirinha amarga e da roda onde todo mundo tem a mesma cor e canta no mesmo tom, aquele do batuque que acelera o batuque do coração e do sorriso largo que não descola do rosto nem debaixo de macumba. 

Onde é que fica isso? 

Vem com a gente que você descobre rapidinho, mas cuidado, porque você vai querer ficar por aqui.

Se você é como o Garfield e odeia segunda-feira, provavelmente sua opinião vai mudar rapidinho: esse é o dia do Samba do Trabalhador, no Renascença. Exatamente, em plena segunda feira o tradicional clube do Andaraí fica lotado sob o comando de Moacyr Luz. O local, que é um antigo reduto do movimento negro, recebe vários convidados para integrar a roda além dos 13 músicos que compõem o grupo. O ambiente familiar congrega pessoas de todas as idades em alto astral. Toda segunda-feira, das 16h às 21h. Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí. Tel: (21)3253-2322.

Segunda-feira é um dia concorrido, tanto que vai ser difícil escolher entre o samba do Renascença e o Samba da Pedra do Sal, que acontece no mesmo lugar, toda segunda-feira a partir das 19h30. O lugar, pertinho do Largo de São Francisco da Prainha, ali pela Praça Mauá, já tem um charme próprio por ser histórico: foi praticamente ali que o samba começou, há 200 anos. Barraquinhas vendem petiscos e bebidas que dão mais gás à roda que segue noite adentro.

Às sextas-feiras é a vez do Samba de Lei ocupar a Pedra do Sal, fazendo o batuque ecoar ao ar livre. O lugar é grande, mas fica lotado por quem não abre mão de se esbaldar ao som de clássicos como Cartola, Herivelto Martins, Noel Rosa e Candeia, entre outros, além de vários sambas-enredo que fizeram sucesso nos desfiles cariocas. Começa às 19h.

Samba de raiz e partido alto são sinônimo daquele que foi um dos primeiros blocos de carnaval do Rio de Janeiro, o Cacique de Ramos. Todo domingo o berço de artistas consagrados como Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Fundo de Quintal e Jorge Aragão, entre outros, recebe a turma do samba com entrada gratuita. O encontro acontece das 17h às 23h – mas também chegue cedo, porque enche. Apesar de não pagar nada para entrar, você pode alugar mesa por R$ 10. Quadra do Cacique de Ramos, Rua Uranos 1326, Olaria. Tel: (21)3547-0065.

Dois sábados por mês (normalmente o primeiro e o terceiro), a partir das 16h30 a roda de samba se forma na esquina das ruas do Ouvidor com Mercado, ali pertinho da Praça XV. O repertório costuma girar em torno das músicas inesquecíveis de Monarco, Candeia, Alberto Lonato, Walter Rosa e Noel Rosa, entre tantos outros compositores inesquecíveis. Assim como todo evento ao ar livre, é cancelado quando há forte ameaça de chuva, então a dica é dar uma olhadinha na programação no site oficial do Samba do Ouvidor.

Moacyr Luz, Beth Carvalho e Wilson Moreira saíram de lá, do famoso Beco do Rato. Além do som de primeira, este famoso reduto do samba carioca tem ainda aquela comida de botequim irresistível. A roda de samba acontece às terças e sextas, mas como a programação de música ao vivo é abundante durante toda a semana, volta e meia os dias mudam. Não custa nada dar uma conferida. O bar fica aberto segunda e quarta das 8h às 22h, terça e quinta das 8h às 0h e sexta das 8h às 3h. Rua Joaquim Silva 11, no Centro. Tel: (21)2508-5600. Há cobrança de couvert artístico.

A princesinha do mar também samba, e muito. Um dos clássicos bares de Copacabana, o Bip Bip, promove uma roda de samba quente todas as quintas-feiras, sextas e domingos. Nos outros dias rola música também, às segundas e terças-feiras é roda de choro e às quartas de bossa nova. Rua almirante Gonçalves 50, Copacabana.

Música boa e companhia melhor ainda: Cristo Redentor, Pão-de-Açúcar e Santa Teresa como cenário. Quem disse que a perfeição não existe? Chega lá no Samba Luzia que você vai cerca de mil pessoas comungando samba na mais completa harmonia. A casa abre às 20h, mas a roda começa às 22. A programação é tão farta que só olhando mesmo no site da casa, que fica na Rua Almirante Silvio de Noronha 300, Centro.

9 – Samba do Armazém do Senado
Pé direito alto, aquele grande balcão característico do boteco com portas abertas para a rua: a casa simples e centenária é cheia de histórias, que se acumulam mais ainda no primeiro sábado de cada mês com o grupo Samba-Enredo, especializado em sambas de carnaval. Das 14h às 18h, na Avenida Gomes Freire 256 – esquina com a Rua do Senado, claro, na Lapa.

10 – Trapiche Gamboa
O casarão antigo de três andares fica cheio de mesinhas, cadeiras, comidinhas deliciosas, chope gelado e muito samba no pé. Em todos os andares dá para ouvir a roda de samba do térreo, onde a música come solta com os músicos pertinho de todo mundo. Da criancinha à vovó, a diversão é garantida. O lugar também é histórico, afinal foi na Gamboa que o samba se tornou a maior festa popular da cidade. Rua Sacadura Cabral 155, Praça Mauá.


E para curtir tudo isso? Bom, para curtir tudo isso, se acabar no samba e aproveitar tudo o que o Rio de Janeiro tem para te dar, pense em optar pelo aluguel por temporada no Rio de Janeiro. Assim, você economiza e ganha mais liberdade para ir e vir a hora que bem entender. Vamos?

Por Carolina Peres (Colaboradora oficial)